segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Criador de Camundongos

Aqui se faz, aqui se paga.
Começamos a dura e árdua tarefa de criar camundongos, pegar os ratinhos todos num bueiro qualquer, alimentá-los com o que de mais podre há nesta face de planeta (tudo é!), preparar um letargo, um tugúrio fedorento para acomodá-los em casa, nomeá-los... Primeiramente, para atender a uma demanda bíblica, dei aos meus primeiros quatro camundongos nomes bíblicos também:
MORTE
PESTE
GUERRA
FOME
Títulos apropriados para as adoráveis e imundas criaturas. Outros vieram depois, e resolvi colocar o nome de gente importante, como Garrastazú, Idi-Amin, Vidella, Augusto...
Bem, façamos a cração, tratamo-los bem, pois os camundongos, que tendem a tornar-se ratazanas em breve, têm o projeto de dominar o mundo! Sabemos sê-los seres cosmopolitas, pois desde a primeira globalização, aquela em que os seres humanos lançaram-se a invadir e matar outros seres humanos mundo afora (tá aí mais um motivo para ajudar os roedores em sua empreitada: você, humano que me lê, já viu um rato matar o outro?), ou melhor, mar afora, levaram os adoráveis camundongos junto com eles, num primeiro passo da invasão planetária. Hoje, não há recanto no mundo que escape a seus guinchos, seus grunhidos, seu arrastar de patas. Como diz aquele paul rabbit, autos de vigésima categoria, quando se quer, o universo conspira... Por isso criamos camundongos, e os espalhamos pelo mundo, esperando que, apesar do asco que a humanidade lhes nutre, sejam melhores herdeiros da Terra (e estamos aí, involuntariamente, citando a Bíblia novamente) do que esses parcos seres racionais entre tantas outras formas de vida que destroem...